Saiba como identificar e tratar os distúrbios financeiros
Em tempos de instabilidade econômica, o equilíbrio e a organização financeira ajudam a evitar problemas que atrapalham o dia-a-dia. Rebeca Toyama, especialista na matéria, aborda pontos que merecem ser aprimorados por quem passa por essas dificuldades.
A organização da vida financeira é uma das bases do estado de bem-estar, mas é preciso lembrar que é comum enfrentar diversas crises ao longo da vida, e, para passar bem por estes momentos difíceis, é necessário buscar hábitos que despertem a consciência de poupar e entender que mudança de comportamento é algo gradual. Muitas vezes, as pessoas não seguem seu propósito por conta da indisciplina financeira, e por isso, e acabam abrindo mão de sonhos, justamente por não sobrar dinheiro no final do mês.
“São os distúrbios financeiros que desencadeiam o nosso comportamento atual. Coisas que aconteceram na nossa primeira e segunda infância que trazem um trauma financeiro, como por exemplo, crianças que passaram por momentos de escassez, e quando crescem pensam, eu vou comprar tudo o que eu quiser para ser feliz. ”, explica Rebeca. Muitas pessoas sofrem sem saber que têm algum distúrbio, e também existem aquelas que entendem que está acontecendo algo de errado, porém sentem vergonha até mesmo de procurar ajuda. A origem desses traumas está em uma região do cérebro que não se tem acesso, por isso acabamos tomando decisões não saudáveis sem perceber. Portanto, essa nossa parte inconsciente influencia nosso comportamento de consumo e o fluxo de caixa é uma consequência. “Para melhorar de vida, precisamos procurar ajuda e perder o medo de encarar as finanças. Começar com pequenos hábitos e fazer suas escolhas a partir da sua realidade fazem muita diferença. O nosso balanço patrimonial é um reflexo de nossa história de vida, e você pode mudar algumas coisas para impactar positivamente no seu patrimônio daqui para frente”, afirma a especialista.
Para iniciar essa jornada de ampliação da consciência financeira, ter objetivo, meta e foco são os primeiros passos. Tudo deve estar alinhado com a realidade e a essência de cada um. Diante de uma crise levamos um choque de realidade que faz pensar em ‘por que eu não tive a iniciativa de fazer uma reserva financeira? ’, e são esses momentos de dificuldade que despertam a necessidade de não se gastar tudo e investir uma parte na reserva.
A mudança é possível, mas não há como mudar o comportamento financeiro sem autoconhecimento, fortalecimento da autoestima e da forma de lidar com o dinheiro. É essencial ter um plano de poupança ativo, plano de gastos consciente, e responsabilidade com nosso próprio futuro.
A especialista menciona seis atitudes para identificar os sintomas do distúrbio financeiro:
1- Ansiedade: preocupação e desespero com tudo que envolve o dinheiro;
2- Ausência de economia: quando não faz parte da vida do indivíduo poupar ou guardar dinheiro;
3- Excesso de dívidas: hábito de trabalhar para fazer dívidas e pagá-las;
4- Falência e Empréstimos: fazendo empréstimos para quitar ou fazer mais dívidas;
5- Conflitos familiares: o dinheiro impacta nas relações com parentes e amigos;
6- Incapacidade de manter mudanças: não consegue seguir com os planos para poupar.